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terça-feira, 17 de maio de 2011

Nibiru ou "O Fim do Mundo"

Este artigo foi postado na versão anterior do site Mistérios em dezembro de 2008, assim que saiu a reportagam sobre o fim do mundo em 2012 pela revista UFO. Faço sua repostagem hoje para a versão atual do site. Agradeço a o Anônimo que comentou no primeiro artigo que importei do site antigo por me fazer lembrar deste aqui. Espero que responda à pergunta sobre datas previstas.

A explicação acima torna-se necessária por causa das referências a datas que se encontram no artigo. Preferi mantê-lo na íntegra e à medida em que as datas que contém previsões que estão nele cheguem, parei nova postagem com as atualizações, informando se de fato ocorreram ou não. Boa leitura.

Como já se passou quase um ano, qualquer atualização ou comentário que eu insira no meio do artigo, farei em letras verdes para facilitar o entendimento.

Este mês, quando vi nas bancas a revista UFO, quase tive um troço ao ver o título, com letras garrafais: “Nibiru está chegando Perigo no Espaço”. Em letras menores, o trecho: “Do Calendério Maia aos registros astronômicos modernos, está confirmada a presença de um grande astro no Sistema Solar, que pode causar cataclismos e mudanças no planeta Terra em 2012″.

Confesso que fiquei curioso, porém logo depois me esqueci. Ocorreu porém que a coisa pareceu ter assumido uma proprção maior do que a imaginada quando vi o jornaleiro uns dias depois, que parecia assustado com a idéia que a revista alegava no artigo. Ele havia acabado de ler a reportagem e parecia bem alarmado. Vi também a internet “pipocando” com esse assunto. Nada de mais se não fosse gente também alarmada com o iminente fim do mundo. Resolvi que era hora de entrar em ação e analisar friamente o que saiu nessa revista. Resumindo a ópera, estou com a revista em mãos e logo os primeiros parágrafos da reportagem já me indignaram na forma em como os pseudocientistas insultam nossa inteligência. Mas vejamos alguns itens que selecionei:

A questão Nibiru:

Creio que a primeira coisa a se analisar é a existência de Nibiru. Afinal, ele é a premissa inicial para todas as previsões. Algo mais ou menos assim: partindo da premissa que Nibiru existe e vai se aproximar da Terra em 2012, ocorrerão as catástrofes mencionadas. Tiremos agora Nibiru do jogo. Em ele não existindo, não haverá a aproximação e as conseqüências disso (as catástrofes previstas) não ocorrerão. Acho que fui bem simples na explicação.

Assim, resolvi verificar primeiro se Nibiru realmente existe. Uma rápida pesquisa na internet revela que não há provas desse planeta. Absolutamente nada. No máximo, há um vídeo no Youtube que tenta provar a existência do corpo celeste, mas se analisado por alguém mais informado sobre astronomia mostra-se muito deficiente, não sendo assim admitido como prova. Lembrem-se: o ônus da prova é de quem alega. Se eles alegam que existe, que provem. A Ciência sempre andou assim. Mais detalhes podem ser vistos neste site. Lá, um astrônomo discorre de forma clara e acessível sobre o vídeo.

Hoje, em setembro de 2009, esses vídeos sobre Nibiru se multiplicaram em escala exponencial. A moda ultimamente é mostrar vídeos e fotos com reflexos de luz perto do Sol com a alegação de que se trata de Nibiru.

Nova atualização. Chegamos a mio de 2011 e até agora, nada de aproximação de Nibiru. Só o que vejo são notícias de descobertas astronômicas mal interpretadas para tentar comprovar a hipótese Nibiru. Fora isso, tudo bem. Estamos sobevivendo.

Há também artigos na internet falando sobre a integridade do Professor Salvatore de Salvo, aquele que é o responsável por essa teoria. Aqui, deixo a cada um pesquisar suas qualificações e tirar suas conclusões. Trata-se de uma questão de atitude. Esclareço aqui que a informação independe da fonte. Pode vir da pessoa mais virtuosa do planeta ou de seu contrário. Isso não acrescenta nem diminui seu valor ou credibilidade. Assim, alguns sites tentam pôr a teoria em xeque pondo em dúvida a moral do autor. Isso não será feito aqui. Inúmeros cientistas bem intencionados cometeram erros e deslizes, assim como muitos outros de passado repreensível contribuíram grandemente com a Ciência. Desta forma, aqui no site Mistérios, Salvatore estará a salvo desse tipo de prática. Mas uma boa dica é começar uma pesquisa pelo nome dele e o nome do instituto, o “International Biographic Centre”, de Cambridge.

Outro erro que nos faz duvidar da teoria é citar o IRAS (InfraRed Astronomical Satellite, ou Satélite Astronômico Infravermelho), o qual supostamente encontrou esse planeta chamado Nibiru em 1983. Desinformação pura. Primeiramente, o próprio nome já diz que era um satélite de infravermelho. Essa faixa do espectro não serve para localizar planetas. Ela serve para analisar nebulosas, nuvens de poeira e outros corpos que emitam radiação infravermelha,como fontes de calor por exemplo, segundo astrônomos. Sejamos críticos nesse ponto. Principalmente porque no caso de isso ser mesmo verdade, isso teria ocorrido há 25 anos. Tempo mais do que suficiente para outros satélites, como o Hubble por exemplo, terem confirmado a descoberta. Tempo não faltou. Fora que teria sido uma descoberta importantíssima na época. Parece que não foi, senão hoje todos saberíamos de cor detalhes sobre esse novo planeta.

Em entrevista posterior à revista UFO, Salvatore de Salvo volta atrás e tenta “salvar” essa afirmação sobre o IRAS. Após questionado sobre o detalhe das nuvens de poeira, ele prontamente alegou que o que o IRAS detectou foi uma nuvem de poeira que supostamente existe em volta de Nibiru. Uma típica alegação estilo “dragão na garagem”, mas às avessas.

Vou me abster de comentar alguns outros detalhes por serem por demais confusos e contraditórios. Outros trechos fogem demais de meu conhecimento. Posso até atualizar depois caso consiga as informações de fontes confiáveis. Um desses pontos é logo em seguida ao que foi conentado no parágrafo anterior. Primeiro, Nibiru é uma estrela anâ marrom com 8 vezes a massa da Terra, depois um planeta maior que Júpiter. Apenas para esclarecimento, Júpiter tem muito mais do que oito vezes a massa da Terra e ainda assim para se tornar uma estrela, precisaria ser muito maior, ter bem mais massa do que tem. Assim, caso essa informação procedesse, os planetas Júpiter, Saturno e Urano, todos com 8 vezes mais massa que a Terra, seriam estrelas também. Não são. O mesmo pode ser dito sobre o referido observatório instalado no Pólo Sul, o qual também teria detectado o planeta. Ele trabalha apenas na faixa das microondas, sendo também completamente inadequado para detectar planetas. Bem, concordo que se esse suposto planeta estivesse aí causando um perigo iminente, todos os meios seriam válidos para demonstrar que ele existe. Mas mentir é algo inadmissível.

Mais adiante, são atribuídos à presença de Nibiru diversas alterações no sistema solar. Algumas não sei dizer se são verdade, mas outras são absurdos facilmente constatáveis para nós leigos. Uma delas é um aumento no brilho de Vênus em 2500%! Basta olhar para o céu de manhã e de tarde. A Estrela D’alva e a Estrela Vésper, ambas são o planeta Vênus. Seria um fato extremamente aparente se tivesse realmente havido um aumento de 250 vezes o brilho. Outra coisa é aqui na Terra, com a alegação que condições climáticas severas foram constatadas assim que acabou a discussão sobre o aquecimento global. Ora, tudo está interligado. O aquecimento global está ligado ao uso que fazemos de combustíveis fósseis e à devastação das florestas. Essas condições severas na atmosfera seriam consequência, seja lá quais forem, já que o autor não as especificou.

Outro planeta que diz o artigo ter aumentado seu brilho foi Júpiter, ficando duas vezes mais brilhante. Se isso fosse verdade, isso seria visível para nós. Júpiter é visível daqui da Terra e seu brilho permanece inalterado. Quanto às outras alterações, terei de consultar algum astrônomo, mas posso presumir que também têm chance de estar erradas. O ponto principal é que logo após ter listado esses efeitos, o aoutor alega que isso tudo que está acontecendo precisa ter uma fonte de energia externa. E essa energia toda tem que vir desse tal de Nibiru. Bem, se os efeitos não estão ocorrendo, novamente temos aí um furo no analogado principal. Se os efeitos da aproximação não estão acontecendo, o que se pode dizer da causa? Cai por terra, não?

Outra coisa que é dita e que só será constatável daqui a algum tempo é que em 2009 Nibiru será visível com telescópios amadores no hemisfério sul e que em 2012 será visível a olho nu como uma espécie “segundo Sol” no céu. Essa eu realmente quero verificar pessoalmente. Outra coisa que poderemos constatar logo é que no dia 25 de maio de 2009 Nibiru fará a superfície de Marte derreter, liberando seus vastos reservatórios de água congelada. Com a quantidade de satélites que temos em órbita de Marte isso será facilmente verificável. Sem falar nas sondas que ainda estão na superfície. Serão imagens magníficas, mas creio que não as veremos pois não acontecerão. Mas vamos dar o benefício da dúvida. Terei prazer em atualizar este artigo nessas datas.

Estamos em maio de 2011 e as calotas polares de Marte não derreteram. Ponto para a ciência e zero para Nibiru. Que pena…

Previsto por povos antigos:

No artigo, o assunto seguinte é a alegação de que todas essas catástrofes foram previstas por povos antigos. São citadas a “Bíblia Kolbrin” e o Calendário Maia. Não faço idéia de como interpretar esse tal calendário e não consegui encontrar o inteiro teor dessa tal Bíblia. Mas analisemos as datas-chave dos eventos alegados e esperemos para ver. Enfatizo aqui que estamos agora analizando as alegadas conseqüâncias da chegada de Nibiru. Elas só acontecerão se ele existir. Caso contrário, tudo cairá por terra. ainda assim, muitas parecem puro catastrofismo. Afinal, se esse planeta já passou por aqui antes, conforme dito no começo do artigo, por que a humanidade não foi exterminada antes? Por que só agora? Mas vejamos então os eventos.

Em 10 de outubro de 2011, alega-se que a humanidade estaria passando por um outro nível de evolução. Aí já entra uma imprecisão. A evolução é algo gradativo e lento que não pára nunca. Não existem esses patamares de evolução com datas definidas.

Outra data é 21 de dezembro de 2012. O Sol, segundo o artigo, atravessará o plano mais denso da galáxia cheio de perigos nunca vistos. Que plano mais denso é esse? Alguém já ouviu falar? Haverão nesse período fenômenos elétricos na Terra até 14 de fevereiro de 2013. Só vendo para saber, não? Ainda em 2013, Nibiru estaria distante do Sol mais ou menos o dobro da distância da Terra. Seria visto maior que a Lua cheia e do tamanho do disco solar e haveria troca de descargas elétricas entre ambos. Da Terra seriam vistas como tentáculos indo de um para o outro. Detalhe onde se diz que nesse ponto, todos os observatórios da Terra serão reduzidos a cinzas. Mas por que só os observatórios?

Uma data não foi precisada, é a de que um vulcão situado no Parque Yellowstone está aumentando sua atividade desde 2003 e que poderá explodir durante a aproximação de Nibiru, devido à crescente violência solar. Caberia aí a um geólogo discorrer sobre se realmente há lá o maior vulcão do mundo, se ele realmente aumentou a atividade desde 2003 e se é mesmo o maior vulcão do mundo. Mas duvido que a explosão de um vulcão cause uma nini era glacial. Nunca na história tal caso ocorreu. E mais: qual é a relação entre a atividade solar e o vulcanismo?

14 de fevereiro de 2013 será o dia de nosso fim. A Terra ficará alinhada entre Nibiru e o Sol, bem no meio da tormenta elétrica. Seremos exterminados. Percebem aqui a mudança de data? Não era para ser em 2012? Primeiro o autor garante uma coisa e depois muda? Algo bem pseudocientífico.

Adiante, é citado o continente de Mu e como ele foi destruído quando Nibiru passou da outra vez. O problema é que não temos nenhuma evidência de que esse continente existiu. E basta consultar um geólogo para se saber que seria impossível haver um continente do tamanho de Mu sem que outro dos atuais estivesse submerso. Mas isso é outra história. Uma parte boa nesse trecho é a que diz que as ondas que destruíram Mu mataram pessoas e animais e que a ilha de Ilhakoff no norte da Sibéria é formada por ossos, totalmente desprovida de terra. O detalhe é que não encontrei essa ilha no mapa e no Google ela só tem uma ocorrência, um artigo sobre a passagem de Nibiru.

No mais, o que é dito de importante na reportagem mais para frente são menções a campos morfogenéticos. Segundo a Wikipedia, em uma rápida pesquisa, essa é uma teoria da parapsicologia e nos remete a algo como o inconsciente coletivo ou à idéia do centésimo macaco. Nada confirmado ainda. Ainda assim, o autor Salvatore fala como se esses campos fossem algo que governa a vida no planeta, algo como se eles fossem um campo verdadeiro e não campos hipotéticos, formulados para fins de estudo. Depois, dala da radiação Schumman, que estão mudando. Segundo informações, não houve nenhuma mudanca. Continuam oscilando sempre entre 0,3HZ devido a diferenças naturais na ionosfera. Agora, dizer que essas radiações estão na mesma freqüencia de nossos cérebro, algo como uma telepatia planetária. Essa sem comentários. Não me darei ao trabalho.

Conclusão:

Pela análise detalhada do artigo publicado, fica claro que há uma grande probabilidade ou uma quase certeza de ele estar completamente enganado ou tentando nos enganar. Assim, a teoria torna-se extremamente duvidosa avpartir do momento em que o autor falha em provar o que alega, a começar pelo principal: a existência de Nibiru.

As catástrofes e datas mencionadas também têm uma confiabilidade duvidosa. Muitas serão verificáveis em bem pouco tempo e outras já podem ser constatados como falsas. O que se dirá do restante?

Verificando a internet, vi sites que denunciam a possível intenção do Prof. Salvatore. Mas, conforme prometi, não depreciarei a imagem dele nem o ajudarei a se salvar. Espero assim ter contribuído para amenizar ou até mesmo deter esse pavor “pré-apocalíptico” que hoje reina. em alguns dos que leram essa matéria. Mas não culpemos aqui a redação da Planeta. Ela apenas publica os artigos, não há a preocupação de verificar as fontes ou as informações contidas com o nível de rigor acima utilizado.

2 comentários:

  1. Arabe Doido

    Você fala muito e estuda muito pouco. Com certeza
    não conhece a língua inglesa pois se conhecesse
    poderia fazer um estudo sério e aprofundado so-
    bre Nibiru e trazer para os seus amigos. Poderia
    estudar pesquisadores como Richard Hoagland,
    Marshall Masters, Zecharia Sitchin, Bill Ryan,
    Alfred Webre, o Projeto Camelot, o Cassiopaean
    Experiment, o SOTT, Michael Sokolov, etc,etc,etc... Com certeza, depois de fazer um estudo realmente sério, você terá uma opinião completamente diferente da que colocou aqui.

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  2. Caro Anônimo, não escreva groselha porque fica mal para você e só para você mesmo.

    Não conheço a língua inglesa? Faça-me rir. Procure outras postagens aqui no site sobre Nibiru. Há até uma que foi uma tradução do texto em inglÊs feita por mim.

    Richard Hoagland, Marshall Masters, Zecharia Sitchin, Bill Ryan, Alfred Webre? Tenha dó. Só falta citar Däniken também. Se bem que Zecharia Sitchin está bem ao nível dele. Achei o livro péssimo. Constroi um verdadeiro conto de fadas a partis de premissas totalmente equivocadas.

    Já que você sabe tanto de inglês, sugiro pesquisar no Google Acadêmico ou em bons repositórios, mas procure por artigos CIENTÍFICOS, devidamente indexados e que passaram pela "peer revision". Depois, tente argumentar aqui.

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