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quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Casamento gay ameaça a humanidade, diz o Papa

Tudo bem, não precisa dizer que estou atrasado na notícia, porque o nosso amigo Capitão Óbvio já cuidou dessa tarefa. Não tive tempo para postar ontem, foi isso.

Mas acho que o título já diz tudo, que se trata de mais uma "pérola crental", proferida pelo Líder Supremo dos Homens de Vestido Papa Bento XVI (Aprendi que o certo é em números romanos e não venham encher meu saco. Livros de Gramática que me dei ao trabalho de ler pelo menos).

Mas vamos à notícia. Esta postagem se baseia na original publicada no site da Folha.

A "pérola crental" e cereja do bolo do dia foi dita na segunda feira, dia 16/1/2011, pelo Papa Bento XVI durante uma crise de diarreia um pronunciamento de ano novo a diplomatas de quase 180 países, pronunciamento esse que abordava questões econômicas e sociais contemporâneas.

Não sei exatamente o que se passou na cabeça do "bom" velhinho que ele resolveu "rodar a batina" e dizer algo insano até mesmo para os padrões dele:


O casamento homossexual é uma das várias ameaças atuais à família tradicional, pondo em xeque "o próprio futuro da humanidade".

Não entendo exatamente o que se passa na cabeça dos membros do mundo crental que os faz insistir tanto em se meter com a opção sexual dos outros. Tenho tido a sensação de que eles realmente querem impor aos outros a regra que eles seguem. Sei que para a religião cristã, a homossexualidade é pecado. Está escrito na Bíblia e eles têm a obrigação de seguir, ao menos em princípio.

Mas por outro lado, essa regra deveria ser ensinada nas igrejas e termina por aí. Ninguém tem o direito de impor uma regra desse tipo para todos, incluindo aqueles que não acreditam ou que não seguem a Bíblia. No mais, quem perde são os que desobedecem. Já tentei ver a coisa de várias formas e não consegui ver uma forma na qual os religiosos saiam prejudicados enquanto os casais homossexuais têm seus colóquios amorosos.

A não ser que haja uma outra questão envolvida aí. Como diz o ditado, "a melhor defesa é o ataque". E consideremos que pelo menos os homossexuais com quem conversei, tanto homens como mulheres, não são de forma alguma contra a instituição familiar. Por acaso o que eles querem é ampliar o conceito de família para englobar todos os laços afetivos existentes. Mas isso fica para uma outra postagem ou para os comentários.

O Pontífice Bento XVI disse ainda que a educação das crianças precisa de "ambientes" adequados, e "o lugar de honra cabe à família, baseada no casamento de um homem com uma mulher".

"Essa não é uma simples convenção social", disse o papa, "e sim a célula fundamental de cada sociedade. Consequentemente, políticas que afetam a família ameaçam a dignidade humana e o próprio futuro da humanidade".

O que se pode dizer sobre isso? Conforme mencionei, os homossexuais não querem proibir ou destruir esse conceito de família. Desejam apenas ampliá-lo. E de onde foi que o velho gagá tirou a ideia de que a legalização do casamento homossexual afeta a família. Que eu saiba, não seria nada imposto. Nada impediria a continuidade dos casamentos convencionais (homem e mulher). De que forma isso atingiria a família?

Outra questão é a de que para os religiosos, nada mudaria. A regra de que só sexos diferentes podem se relacionar continuaria valendo, afinal as leis de Deus são imutáveis (sei...). Quem for crente sincero continuará seguindo a doutrina das igrejas e todos voltarão felizes e contentes para casa. Novamente fica a dúvida de por que determinados religiosos atacam tanto os homossexuais e a legalização de sua união, já que para o mundo crental nada mudaria de qualquer forma.

A Folha continua com a notícia nos seguintes termos:

Em vários países --principalmente no mundo desenvolvido--, autoridades eclesiásticas católicas protestam contra iniciativas voltadas para a legalização do casamento gay.

Nos EUA, um dos principais paladinos dessa causa é o arcebispo de Nova York, Timothy Dolan, que será sagrado cardeal pelo papa em fevereiro.

Numa recente carta, Dolan criticou o presidente Barack Obama por sua decisão de não apoiar uma proibição federal ao casamento homossexual, e alertou que essa política pode "precipitar um conflito nacional de enormes proporções entre a Igreja e o Estado".

Em minha humilde opinião, acho que esse referido conflito está demorando demais para acontecer. É preciso haver logo a separação total entre Igreja e Estado, no melhor estilo "cada macaco no seu galho". O melhor cenário seria esse mesmo, um país onde a Igreja não interferisse em assuntos de Estado e vice-versa. Mas sem querer ser conspiracionista, sei bem que há muitos interesses envolvidos aí e que nem todos são louváveis e muito menos espirituais.

PECADO

A Igreja Católica prega que as tendências homossexuais não são pecado, mas que os atos homossexuais são, e que as crianças devem crescer em uma família tradicional, com um pai e uma mãe. Ainda não entendi muito bem essa história. Para a Igreja, ser homossexual não é pecado, mas cometer o ato, sim. Tudo bem, parece uma contradição mas não é. Para eles, só se pode ser homossexual enrustido; por isso para fora é que não pode porque é pecado. Haja...

"A unidade familiar é fundamental para o processo educacional e para o desenvolvimento dos indivíduos e Estados; daí a necessidade de políticas que promovam a família e auxiliem na coesão social e no diálogo", disse Bento XVI a diplomatas.

Como antes, ele bate na tecla de que a união homossexual vai prejudicar a família e faz outras afirmações, mas vejo uma falácia nisso tudo, pois ele baseia suas afirmações tomando como verdadeira a afirmação de que o casamento homossexual vai prejudicar a instituição da família. Precisaria primeiro provar isso para depois continuar a fazer afirmações baseadas na hipótese.

O casamento gay já é legal em vários países europeus, como Espanha e Holanda. Algumas religiões que autorizam o casamento gay e a ordenação de mulheres e homossexuais como clérigos têm perdido fiéis para o catolicismo, e o Vaticano já tomou medidas para facilitar tais conversões.

Em 2009, Bento XVI decretou que os anglicanos que se converterem ao catolicismo podem manter uma hierarquia paralela, preservando parte das suas tradições.

Grande parte dessa migração do anglicanismo para o catolicismo envolve fiéis que consideram a Igreja Anglicana liberal demais.

Concluindo o texto, já considero que a Igreja Anglicana comete erro ao fazer essas concessões e que e Igreja Católica está com a razão em suas proibições. Não adianta vir me estorvar nos comentários por causa do que vou dizer, mas tenho para mim que mesmo com todos os seus erros, de todas as igrejas cristãs, a Católica ainda é a que melhor segue a Bíblia e está certa em não abrir mão das regras que para eles são leis ditadas por Deus, através de seus profetas.

Para aqueles que estiverem com um juízo errado de minhas ideias, esclareço que não tenho nenhum problema pessoal com o Catolicismo ou com o Papa. Tudo que acho é que na história temos exemplos que mostram os efeitos nefastos que já ocorreram quando reigião e governo eram uma coisa só e quando os religiosos opinavam em assuntos governamentais.

Conseguimos evoluir para um modelo no qual ambos são separados e cada um cuida de seu próprio nariz. Claro que a Igreja Católica nunca engoliu isso por completo e hoje os evangélicos também disputam uma parte do bolo (falo de Brasil). Assim, sou radiclmente contra qualquer interferência dos religiosos em assuntos políticos, assim como sou igualmente contra que o Estado vá interferir nas doutrinas religiosas. Espero que tenha ficado claro.

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