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terça-feira, 26 de março de 2013

Vem aí a Sexta-Feira Santa. E a implicância do Árabe também.

Mais uma vez está chegando a Sexta-feira Santa, dia em que mais uma vez podemos ficar em casa ao invés de ir trabalhar e para mim essa é a única coisa boa desse dia. O ruim era quando eu era mais novo, quando não comíamos carne em casa, mesmo que não fôssemos chatólicos dos mais praticantes.

Para mim, esse é o cúmulo da hipocrisia. Quer dizer, pode-se viver sem respeitar nenhuma outra regra da igreja, pode-se mentir, difamar, fazer sexo fora do casamento, não ir à igreja para comparar as roupas e colocar a fofoca em dia, jamais irmos nos confessar etc. Mas ficar sem carne, essa regra vale mais que as outras. Por que será? Existem regras mais "observáveis" do que outras? A meu ver, ou se segue tudo ou não se é um crente fiel, mas por algum motivo alguns preferem seguir mais a uma regra do que a outra.

Pior ainda, uma coisa que sempre me deixou intrigado: não se podia comer carne, mas comíamos peixe (????). Espere aí, peixe não é carne também? Ou será que certos animais são mais carne do que outros? Mas não é carne, é peixe, como me diziam. Mas o que é que nós comemos do peixe? As escamas? Os olhos? Os ossos? Comemos a CARNE! Então, diante de tantas dúvidas, resolvi conferir de onde vem a origem dessa insanidade e descobri que comparado com o que era antigamente, ser cristão é mamão com açúcar.



Para começar, paremos para pensar no significado do carnaval e da quarta-feira de cinzas. Todo o segredo está aí, segundo um seguidor dos Homens de Vestido amigo meu. Segundo ele, o termo vem de carna valis, ou algo parecido em latim, que significaria "despedida da carne". E por que despedida? Porque na época em que o cristianismo era coisa de macho, os cristãos se entupiam de carne, porque os quarenta dias que viriam deveriam ser passados sem absolutamente nenhuma carne.

Mas hoje é diferente. Há os que dizem que a despedida da carne, ou festa da carne refere-se à sexualidade. Tudo bem, reinterpretações para beneficiar nosso modo de vida. A verdade é que passados os quatro dias da despedida chegava a quarta-feira de cinzas, quando os cristãos mazoquistas sujavam as próprias roupas com cinzas (sim, literalmente) para lembrar que o Zumbi Palestino era pobre (que dó) e lembremos que alguém resolveu que ser um bom cristão já foi imitar o carpinteiro macumbeiro, incluindo na pobreza.

Assim, depois de se sujarem de cizas, os mazoquistas cristãos entravam na Quaresma propriamente dita. Ficavam TODOS os 40 dias sem comer carne. Viravam herbívoros por assim dizer. Quer dizer, nem tanto porque eles comiam peixe e aí é que vem a grande sacada: peixe podia porque era a única carne que os pobres DA ÉPOCA tinham acesso. Como eu disse antes, alguém pôs na cabeça deles que precisavam imitar o Jóquei de Jegue em tudo, até no modo de vida pobre feito macaquinhos. Não me perguntem, por favor. As Ovelhinhas do Senhor de plantão que me expliquem essa obsessão em imitar aquele infeliz.


Outro detalhe é que a data precisa ser comemorada em uma sexta-feira. Segunto a Wikipedia, a Sexta-feira Santa é um feriado móvel que serve de referência para outras datas. É calculado como sendo a primeira Sexta-feira após a primeira lua cheia após o equinócio de outono no hemisfério sul ou o equinócio de primavera no hemisfério norte, podendo ocorrer entre 20 de março e 23 de abril.

Em outras palavras, os Homens de Vestido mesmo depois de tantos séculos ainda não tiveram a capacidade de determinar a data exata em que o Judeu Mazoquista foi crucificado, mesmo com as referências de seu livrinho mágico. Isso porque temos toda uma tecnologia que permitiria hoje saber exatamente. Mas nãããããooooo! Preferem continuar seguindo um calendário antigo e irregular.

A propósito, se querem tanto imitar seu querido Mendigo da Galiléia, por que não se matam pregados em cruzes também? Seria algo que eu gostaria de ver, um bando de Ovelhinhas do Senhor se matando só para imitar seu hippie judeu. Se alguém quiser fazer isso, me avise com antecedência que eu quero assistir. Fica a dica.

Mas voltando ao assunto, depois de se absterem da carne (exceto o peixe) durante 40 dias, eis que chega a sexta-feira santa que marca o fim da quaresma e por algum motivo desconhecido, ai Igreja dos Travecões de Vestido achou que não precisavam mais ficar 40 dias sem carne, bastava ficar somente o último dia e amém. Eu digo que é lógico que sim, afinal se hoje fosse como antes, literalmente não haveria cristão que aguentasse. Perdoem o duplo sentido, mas não resisti.

Quanto a mim, vou desfrutar da vantagem de não ser chatólico e meter o dente em uma bela carne, porque pior que seguir uma tradição cristã sem sequer saber o motivo, só mesmo ser obrigado a continuar a seguir essa imbecilidade depois de ter me tornado ateu praticante como sou. E se alguém vier encher o saco, fica aí o recado do Caveirinha.


2 comentários:

  1. "... a primeira Sexta-feira após a primeira lua cheia após o equinócio de outono no hemisfério sul ou o equinócio de primavera no hemisfério norte, podendo ocorrer entre 20 de março e 23 de abril...". Podiam era fixar logo a data em 23 de abril, pra ficar próximo do feriado de Tiradendes, e nos dar feriados prolongados para descansar. Esse post esclareceu minhas dúvidas da infância, porque eu também nunca entendi esse negócio todo. Quando eu perguntava também, sobre a carne do peixe, eu apanhava. Se na época tivesse um Plano Real, hoje em dia a carne "permitida" seria o frango.

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    1. Essa coisa de apanhar quando questiona os dogmas mostra como é o suposto amor cristão. Seguem um dogma sem sequer saber o motivo ou a origem e ai daquele que questionar. Afinal, basta um pássaro cantar para que eles tomem algo como verdade absoluta.

      Fico feliz por ter ajudado a saber um pouco mais sobre essa imbecilidade. Se minha explicação ajudar a minar um pouco mais a credibilidade dessa insanidade, dou minha missão por cumprida.

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Leiam as Regras e entendam-nas antes de comentar.

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