Páginas

terça-feira, 26 de julho de 2011

Richard Dawkins - O Evolucionista Irado

Encontrei este texto em minas andanças pela internet. É meio antigo, mas achei bem interessante. Ao que parece, é uma tradução feita por interneteiros. Resolvi deixar aqui publicado, pois além de ser bastante esclarecedor, também ajuda a todos nós que participamos de debates e precisamos a todo o momento de contra-argumentos contra os estultos argumentos do Criacionismo.

E vou ver se volto às atividades no blog. Devido a alguns problemas pessoais, passei um bom tempo afastado. Em breve, publicarei mais um episódio da série Cosmos. Aguardem.

O Evolucionista Irado

Mais americanos acreditam em anjos que na evolução – e Richard Dawkins não vai mais aceitar isso.
Por Richard Dawkins – Nesweek

Publicado originalmente em http://www.newsweek.com/id/216140 no dia 25 de Setembro de 2009

Da edição lançada no dia 05 de Outubro de 2009


Os criacionistas estão profundamente enamorados pelos registros fósseis, por que eles foram ensinados (uns pelos outros) a repetir, incansavelmente, o mantra de que o mesmo está cheio de “brechas”: “Mostre-me os intermediários!”. Eles ingenuamente (muito ingenuamente) acreditam que essas “brechas” constituem um embaraço para os evolucionistas. Na verdade, e nós temos sorte de possuirmos registros fósseis, deixe de lado o número massivo deles que hoje possuímos para documentar a história da evolução – grande número os quais, por quaisquer padrões, constituem belos “intermediários”. Nós não precisamos de fósseis para demonstrar que a evolução é um fato. A evidência da evolução seria completamente segura, mesmo se nenhum cadáver tivesse sido fossilizado. É um bônus que nós realmente tenhamos ricos veios de fósseis para minerar, e que mais deles sejam descobertos a cada dia. As evidências fósseis da evolução para a maioria dos grupos de animais é maravilhosamente forte. Entretanto, é claro, eles também possuem brechas, que os criacionistas amam obsessivamente.

Vamos usar a analogia de um detetive que chega à cena de um crime onde não houve testemunhas oculares. A baronesa foi morta a tiros. Impressões digitais, pegadas, DNA de uma mancha de suor na pistola, e um motivo forte, todos apontam para o mordomo. Tem todos os elementos de um caso simples de resolver, e o júri assim como toda a platéia do júri está convencida de que o mordomo realmente é o autor do crime. Mas uma evidência de última hora é encontrada, no curto intervalo de tempo antes do júri se retirar para refletir sobre o que parecia ser o seu inevitável veredicto de culpado; alguém se lembrou que a baronesa instalou câmeras de segurança contra ladrões. Com o fôlego suspenso, o júri assiste aos filmes. Uma cena mostra o mordomo abrindo a gaveta da despensa, tirando uma pistola, carregando-a, e caminhando furtivamente para fora da sala com um brilho sinistro nos olhos. Você poderia pensar que essa cena fortaleceria ainda mais a acusação contra o mordomo. Acompanhe o desfecho, entretanto. O advogado de defesa do mordomo astutamente observa que não havia câmeras de segurança na biblioteca aonde o assassinato foi cometido e de que também não havia câmeras de segurança no corredor que levava à despensa. “Há uma brecha[1] nas gravações! Nós não podemos afirmar o que aconteceu depois que o mordomo deixou a despensa. Claramente não existem evidências suficientes para incriminar o meu cliente!”.
Em vão, o advogado de acusação declara que havia uma segunda câmera na sala de bilhar, e ela mostra, através de uma porta aberta, o mordomo, de arma em punho, andando furtivamente através do corredor que leva em direção à biblioteca. Isso certamente liga os eventos da gravação em vídeo? Mas não. Triunfantemente o advogado de defesa descarta o seu ás. “Nós não sabemos o que aconteceu antes ou depois que o mordomo atravessou a porta da sala de bilhar. Existem agora dois intervalos na gravação em vídeo. Senhoras e senhores do júri, por aqui encerro. Há agora menos evidências contra o meu cliente do que já houve antes”.

O registro fóssil, como a câmera de segurança na história de assassinato, é um bônus, algo que nós não devíamos contar como garantia. Já existem evidências mais do que suficientes para condenar o mordomo sem a câmera de segurança, e o júri já estava pronto para apresentar o seu veredicto antes da câmera ser descoberta. Semelhantemente, existem evidências mais do que suficientes para comprovar que a evolução é um fato no estudo comparativo das espécies modernas e da sua distribuição geográfica. Nós não precisamos de fósseis. A questão da evolução já era inequívoca sem eles, portanto é paradoxal usar intervalos no registro fóssil como se eles fossem evidências contra a teoria da evolução. Na verdade nós temos sorte de termos registros fósseis.

O que poderia ser uma evidência contra a evolução, e uma evidência muito forte para tal, seria a descoberta de um simples fóssil no estrato geológico errado. Como o eminente biólogo J.B.S. Haldane astutamente respondeu quando lhe pediram para nominar uma observação que poderia refutar a teoria da evolução: “Fósseis de coelhos do pré-cambriano!” Nenhum coelho desse gênero, nenhum fóssil genuinamente anacrônico[2] de qualquer tipo, alguma vez foram encontrados. Todos os fósseis que possuímos, que na verdade são muitos e muitos, se apresentam, sem uma exceção autêntica sequer, na seqüência temporal certa. Sim, existem intervalos onde não encontramos um fóssil sequer, e isso é tudo que podemos esperar.  Mas nenhum fóssil solitário já fora encontrado antes do período no qual deveria ter surgido. Esse é um fato amplamente conhecido. Uma boa teoria é uma que é vulnerável à refutação, mas que ainda não foi. A Evolução poderia assim facilmente ser refutada caso um simples fóssil surgisse no período temporal errado. A evolução passa neste teste com louvor. Céticos da evolução que gostariam de comprovar seus pontos de vista deveriam estar diligentemente revirando rochas, desesperadamente tentando encontrar fósseis anacrônicos. É possível que eles encontrem um. Quer apostar?

O maior intervalo, que é aquele do qual os criacionistas mais gostam, é aquele que precedeu o período conhecido como Explosão Cambriana. Um pouco mais de meio bilhão de anos atrás, no Período Cambriano, a maior parte dos filos animais “subitamente” apareceu no registro fóssil. Subitamente, quero dizer, no sentido de que nenhum fóssil desses grupos animais foram avistados em rochas anteriores ao Cambriano, e não subitamente no sentido de instantaneamente; o período do qual estamos falando a respeito cobre aproximadamente 20 milhões de anos. De qualquer forma, ainda é bastante súbito, e, conforme escrevi em um livro anterior, o Cambriano nos mostra um número substancial da maioria dos filos animais “já em um avançado estado de evolução a primeira vez que aparecem. É como se eles simplesmente tivessem sido plantados lá, sem qualquer história evolucionária. Desnecessário dizer que, esse aparente surgimento súbito têm deleitado os criacionistas”.

A última sentença indica que eu fui bastante perspicaz ao perceber que os criacionistas iriam gostar da Explosão Cambriana. Eu não era (nos idos de 1986) perspicaz o suficiente para perceber que eles iriam jubilosamente citar as minhas declarações a seu próprio favor, ardilosamente omitindo minhas cuidadosas palavras de explicação. Por capricho eu fiz uma busca na Web pela sentença “É como se eles simplesmente tivessem sido plantados lá, sem qualquer história evolucionária” e obtive não menos do que 1.250 ocorrências. Como um apressado teste de controle da hipótese de que a maioria destas ocorrências representava citações criacionistas – extraídas, eu tentei fazer uma busca, para fins de comparação, da cláusula que segue imediatamente a citação anterior: “Evolucionistas de todos os matizes acreditam, entretanto, que isso realmente representa um salto muito grande no registro fóssil”. Eu obtive um total geral de 64 ocorrências, comparadas às 1.250 ocorrências da sentença anterior.

Eu já trabalhei com a Explosão Cambriana por um bom tempo. Aqui eu vou introduzir apenas um novo ponto, ilustrado pelos vermes achatados, os Platelmintos. Este grande filo de vermes inclui os trematódeos e cestodas, que são de grande importância médica. Os meus favoritos, entretanto, são os vermes independentes da classe turbelária, do qual existem mais de 4.000 espécies: isso é tão numeroso quanto todos os mamíferos colocados juntos. Eles são comuns, tanto na água quanto na terra, e presumivelmente tem sido comuns já há um bom tempo. Você esperaria, entretanto, ver um rico legado fóssil. Infelizmente esse legado é praticamente nulo. Além de um punhado de ambíguas impressões, nenhum único fóssil de vermes achatados até hoje foi encontrado. Os Platelmintos, para os vermes, estão “já em um estado avançado de evolução, na primeira vez em que surgem. É como se eles simplesmente tivessem sido plantados lá, sem qualquer história evolucionária”. Mas neste caso, “na primeira vez em que surgem” não é o Período Cambriano mas o hoje. Você entende o que isso significa, ou pelo menos deveria significar para os criacionistas? Criacionistas acreditam que os vermes achatados foram criados todos na mesma semana assim como todas as outras criaturas. Durante todos esses séculos quando todos esses animais ósseos ou calcários estiveram depositando seus fósseis aos milhões, os vermes achatados devem ter vivido felizmente junto com eles, mas sem deixar entretanto o menor vestígio das suas existências nas rochas. O que, portanto, é tão especial a respeito de intervalos no registro desses animais que se fossilizam, dado que o legado histórico dos vermes achatados é um grande vácuo histórico: apesar de os vermes, pelas contas dos próprios criacionistas, terem vivido a mesma quantidade de tempo? Se o vácuo anterior à Explosão Cambriana é usado como evidência de que a maioria dos animais subitamente surgiu no mundo durante a Era Cambriana, exatamente a mesma “lógica” deveria ser usada para provar que os vermes achatados surgiram no mundo ontem mesmo. Todavia isso contraria a crença criacionista de que os vermes achatados foram criados durante a mesma semana criativa na qual todo o resto foi criado. Você não pode ter as duas coisas acontecendo ao mesmo tempo. Esse argumento, de um golpe, completa e finalmente destrói a declaração criacionista de que o vácuo no registro fóssil Pré-Cambriano pode ser usado como evidência contra a evolução.

Por que, sob o ponto de vista evolucionário, existem tão poucos fósseis anteriores ao Período Cambriano? Bem, presumidamente, quaisquer que foram os fatores aplicados aos vermes chatos através do tempo geológico, foram os mesmos fatores aplicados ao resto do reino animal anterior ao Período Cambriano. Provavelmente, a maioria dos animais anteriores ao Cambriano tinham o corpo mole como os modernos platelmintos, provavelmente ainda mais pequenos como as modernas turbelárias – que não constituem um bom material fóssil. E então algo aconteceu há meio bilhão de anos atrás para permitir aos animais se fossilizar livremente – por exemplo, o surgimento de esqueletos duros e minerais.

Um nome antigo para “intervalo no registro fóssil” era “elo perdido”. A expressão entrou em voga na Inglaterra Vitoriana, o que prosseguiu até o Século XX. Inspirada por um mal entendido acerca da teoria de Darwin, ela foi usada como um insulto, de forma próxima a “Neanderthal” é coloquialmente (e injustamente) usado hoje em dia.

O sentido original, que era confuso, implicava em dizer que à Teoria Darwiniana faltava um elo vital entre os humanos e os outros primatas. Negacionistas, presentemente, têm grande apreço em dizer, no que eles imaginam se tratar de um tom reprobatório: “Mas vocês ainda não encontraram o elo perdido”, e eles freqüentemente fazem um escárnio relativo ao Crânio de Piltdown, para completar. Ninguém sabe quem perpetuou o boato de Piltdown, mas essa pessoa têm muito a responder. O fato de que um dos primeiros candidatos a fóssil homem-primata descobertos tenha se tratado de um boato providenciou uma desculpa para os negacionistas ignorar os muitos inúmeros fósseis que não o são; e eles ainda não pararam de exultar com isso. Se eles apenas dessem uma olhadinha nos fatos, logo iriam descobrir que agora nós temos um rico suprimento de fósseis intermediários ligando humanos modernos ao ancestral comum que nós dividimos com os chimpanzés. Do lado humano da história, é claro. Interessantemente, ainda não foram encontrados fósseis ligando esse ancestral (que não era chimpanzé nem humano) aos chimpanzés modernos. Talvez isso aconteça por que chimpanzés vivem em florestas, que não provêm boas condições para a fossilização. De qualquer forma, são os chimpanzés, e não os seres humanos, que hoje têm o direito de reclamar de elos perdidos!

Outro sentido diz respeito à alegada escassez das tão famosas “formas transicionais” entre grupos maiores como répteis e pássaros, ou peixes e anfíbios. “Apresentem seus intermediários!”. Os evolucionistas geralmente respondem a esse desafio dos negacionistas atirando-lhes ossos do Archaeopteryx, o famoso “intermediário” entre “répteis” e pássaros. Isso é um engano. Archaeopteryx não é a resposta a um desafio, por que não há desafio que valha a pena responder. Levantar um simples fóssil famoso como o Archaeopteryx significa ceder a uma falácia. De fato, para um grande número de fósseis, uma boa discussão pode ser feita a respeito de se cada um deles é ou não um intermediário entre alguma coisa e alguma outra coisa.

O mais tolo desses desafios acerca do “elo perdido” são as seguintes duas (ou variantes delas, as quais tem muitas). Primeiro, “Se as pessoas vieram dos macacos através dos sapos e dos peixes, então por que o registro fóssil não contem um ´sacaco[3]´”? E, segundo, “Eu passarei a acreditar na evolução quando eu vir um macaco parir um bebê humano”. Essa última afirmação comete o mesmo erro que todas as outras, além do erro adicional de pensar que uma mudança evolucionária de larga escala acontece do dia para a noite.

Bem, é claro, macacos não descendem de sapos. Nenhum evolucionista são já disse que eles o fizeram, ou disseram que patos descendem de crocodilos ou vice versa. Macacos e sapos dividem um ancestral comum, que certamente não se parecia nada como um sapo nem como um macaco. Talvez ele se parecesse um pouco com uma salamandra, e realmente nós possuímos fósseis parecidos com salamandras datando da época certa. Mas a questão não é essa. Cada uma das milhões de espécies de animais divide um ancestral comum com qualquer outra espécie. Se o seu entendimento acerca da evolução é tão deformado que você pensa que nós deveríamos esperar ver um sacaco ou um crocopato, você deveria também engrandecer o seu sarcasmo sobre a ausência de cachorropótamos ou de elefanzés. Na verdade, por que se limitar apenas aos mamíferos? Por que não pensar em uma kangurata (intermediário entre um canguru e uma barata) ou um octopardo (intermediário entre um óctopus e um leopardo)? Existe um número infinito de nomes de animais que você pode ajuntar da mesma forma. É claro que os hipopótamos não descendem dos cães, ou vice versa. Chimpanzés não descendem dos elefantes ou vice versa, da mesma forma que macacos não descendem de cães. Nenhuma espécie moderna descende de qualquer outra espécie moderna (se deixarmos de fora as separações muito recentes). Da mesma forma que você pode encontrar fósseis que podem aproximá-lo do ancestral comum do macaco e do elefante você também pode encontrar fósseis que o aproxime do ancestral comum dos elefantes e dos chimpanzés.

Já em relação ao segundo desafio, mais uma vez, humanos não descendem dos macacos. Nós na verdade dividimos um ancestral com eles. Conforme isso acontece, o ancestral comum pode se parecer mais com um macaco do que com um humano, e nós iríamos provavelmente chamá-lo de macaco, se o tivéssemos conhecido há 25 milhões de anos. Mas embora humanos tenham evoluído de um ancestral que nós poderíamos chamar de macaco, nenhum animal dá a luz a uma nova espécie instantaneamente, ou pelo menos a nenhuma espécie que seja tão diferente de si mesma quanto um humano de um macaco, ou até de um chimpanzé. Isso não tem nada a ver com evolução. A Evolução não apenas é um processo gradual; ela tem que ser gradual se é para fazer algum trabalho explicativo. Grandes saltos em uma única geração – que é o que seria um macaco dando luz a um ser humano – são tão improváveis quanto a própria criação divina, e são descartadas pela mesma razão: estatisticamente são muito improváveis. Seria tão bom se aqueles que se opõem à evolução enfrentassem um pouco que fosse o desafio de aprender os menores rudimentos daquilo a que se opõem.

Retirado do livro “O Maior Espetáculo da Terra: A Evidência da Evolução”, escrito por Richard Dawkins.



[1] No original “gap” que tem um sentido mais próximo de “intervalo” mas que também pode significar uma “brecha”. N. do T.

[2] Anacrônico é tudo o que se situa fora de seu devido tempo histórico. Um filme que retratasse o Século XIX e exibisse um computador seria anacrônico, já que os mesmos foram inventados no Século XX. N. do T.

[3] No original “fronkey” que é uma palavra composta formada através da junção das palavras “frog” e “monkey”. A idéia é a de uma criatura intermediária e quimérica entre o sapo e o macaco. N. do T.

Um comentário:

  1. Se Deus não existe, o que houve aqui (O milagroso surgimento da vida) e que se mantém até agora, apesar do tênue equilíbrio entre as condições que o permitem e a grande hostilidade do Universo (meteoros, improbabilidades matemáticas para o surgimento da vida e constantes universais precisas, fora outros fatores crucias) é, sem dúvidas, um envento que pode nunca ter ocorrido no Universo e nunca mais ocorrerá!
    Somos pequenos demais para termos todas as respostas mas ao mesmo tempo complexos demais para relegarmos tal miraculoso, extraordinário e incrível fato à mera sorte.
    Como Teísta, Criacionista e Cristão eu acredito em Deus. Não sou ignorante do conhecimento. Aceito e respeito a importância da ciência e a tenho como útil, prática e necessária (Aliás, o instrumento pelo qual cumprimos o mandamento de Deus que diz "sujeitai a Terra e dominai-a" pois, conhecendo a natureza é que de fato a dominamos) mas, não a vejo em posição de negar a Deus pois, a ciência não explica a alma, o amor e a consciência sendo esta última a prova imaterial mais incisiva sobre a existência de algo trancendente à matéria.
    Se a vida está posta pela simples necessidade de propagação do DNA (como alega o colega Richard Dawkins) de que nos serviria coisas como a arte, a dança, a música, a cultura e tantas outras expressões legítimas da alma humana pelas quais nós realmente conferimos sentido à vida? Não seriam um apêndice da evolução? Para quê, por que e COMO ao longo do processo evolutivo desenvolvemos essas características "inúteis e desnecessárias"?
    EU ACREDITO EM DEUS.

    ResponderExcluir

Leiam as Regras e entendam-nas antes de comentar.

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...