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sábado, 21 de maio de 2011

Tyche: Cientistas tentam provar planeta gigante no Sistema Solar

Atendendo ao pedido de um leitor no primeiro comentário que este blog recebeu nesta nova fase, resolvi fazer a pesquisa sobre esse tal de Tyche, que muitos ainda confundem com Nibiru.

Primeiramente, devemos deixar claro a diferença entre ambos, pois são coisas completamente diferentes uma da outra.

Nibiru é um corpo celeste que segundo as teorias de seue defensores, esté vindo em direção à Terra, devendo passar aqui por perto, ou segundo outros, se chocar com nosso planeta em 2012. Qualquer coisa diferente disso não é Nibiru, é outra coisa diferente.

Voltando a nosso ssunto original, sobre Tyche, passo agora a transcrever um artigo muito bem feito e bastante explicativo encontrado no site Apolo 11. Meus comentários estarão em verde, como é padrão.

Em 1999, uma dupla de pesquisadores constatou que diversos cometas observados apresentavam fortes desvios em relação às órbitas calculadas. Segundo eles, isso seria provocado pela atração gravitacional de um planeta quatro vezes maior que Júpiter, escondido dentro do Sistema Solar. Eles batizaram esse grande objeto de Tyche.

Na ocasião, John Matese e Daniel Whitmire, ligados à Universidade de Lousiana-Lafayette, publicaram um artigo propondo que somente a presença de um objeto de grande massa no interior da nuvem de Oort - uma hipotética região circular localizada a quase um ano-luz do Sol - poderia explicar as anomalias observadas no caminho dos cometas provenientes daquele local.

Segundo os cientistas, devido ao brilho muito tênue e temperatura muito baixa, a existência de Tyche só poderia ser comprovada através de imagens no espectro infravermelho que registrassem aquela região específica e apostaram suas fichas nas imagens que seriam geradas pelo telescópio espacial WISE, a ser lançado em 2009.

Recentemente, devido à divulgação de parte de dados do telescópio WISE, a teoria de Matese e Whitmire voltou a ser alvo de especulações, já que a agência espacial americana, NASA, confirmou que a primeira parte dos dados coletados será divulgada em abril de 2011 e a segunda etapa em março de 2012.

"Existem fortes evidências de que existe um grande objeto naquela região", disse Mantese. "O padrão de desvio na órbita de alguns cometas persiste. É possível que seja apenas uma casualidade estatística, mas essa probabilidade diminuiu à medida que temos mais dados acumulados nos últimos 10 anos", disse o cientista.

Mantese explica que a quantidade de dados gerados pelo telescópio é imensa e que "garimpar" o banco de dados pode levar bastante tempo. "Não temos uma previsão ao certo. Talvez dois ou três anos até encontrarmos alguma coisa, mas se o objeto realmente estiver ali, vamos achá-lo."

Caso Tyche realmente exista, de acordo com a dupla de astrofísicos ele se localizaria a 2.25 trilhões de quilômetros de distância. Seria um objeto gasoso e teria um período de translação ao redor de 1.7 milhões de anos.


Corrente Contrária

Apesar de Matese e Whitmire estarem bastante confiantes na localização do hipotético planeta, nem todos os astrofísicos concordam com a teoria.

"Entendo que o novo trabalho esteja sustentado em muito mais dados que antigamente, mas baseado no trabalho anterior acredito que as estatísticas estão incorretas", disse Hal Levison, cientista planetário ligado ao Instituto de Pesquisas do Sudoeste, no Colorado e autor de recente estudo publicado sobre a nuvem de Oort.

No entender de Levison, o que Matese e Whitmire estão vendo é um sinal muito sutil. "Não tenho certeza que esse desvio nas estatísticas seja significativo e provocado por um planeta com quatro vezes a massa de Júpiter. Não tenho nada contra a ideia, mas acredito que as estatísticas não estão sendo feitas corretamente", disse o astrofísico.

Outro cientista que se contrapõe aos argumentos a favor da existência de Tyche é Matthew Holman, pesquisador do Instituo Harvard Smithsonian de Astrofísica, que estuda há muitos anos os cometas vindos da nuvem de Oort.

"Já encontrei várias assinaturas de perturbações orbitais naquela região, mas isso não é suficiente para afirmar que existe um objeto de grandes dimensões capaz de afetar a órbita dos cometas na nuvem de Oort", disse Holman.

Percebam que até o momento, não foi sequer mencionada a ideia de que esse corpo celeste estivesse em rota de colisão com a Terra. Apenas o que se coloca em questão é a existência ou não de um corpo celeste de grandes proporções. E ainda assim, conforme a primeira figura, ele estaria a cerca de um ano-luz de distância. Se fosse Nibiru, para chegar até aqui, uma vez que estamos praticamente na metade de 2011, ele teria de se deslocar acima da velocidade da luz.

Nêmesis

Em 1980, pesquisadores estadunidenses passaram a especular sobre a possibilidade do Sol ter uma companheira, o que tornaria o Sistema Solar um sistema binário de estrelas. Essa hipotética companheira foi batizada de Nêmesis.

De acordo com a hipótese, Nêmesis seria uma estrela anã marrom, pequena e escura, com órbita centenas ou milhares de vezes mais distante que a de Plutão e levaria pelo menos 26 milhões de anos para completar uma revolução ao redor do Sol. No entanto, a ausência de um campo gravitacional que marcasse sua presença fez com que sua possibilidade permanecesse apenas teórica.

Em novembro de 2003, a descoberta do planeta-anão Sedna fez a hipótese da existência de Nêmesis ganhar fôlego. Segundo Mike Brown, descobridor do planeta-anão, Sedna está onde não deveria e não há como explicar sua órbita. No entender de Brown, Sedna nunca está próximo o suficiente para ser afetado pelo Sol e também nunca está longe o bastante para ser influenciado por outras estrelas.

Esses fatos reforçaram ainda mais a hipótese da existência de Nêmesis, que teria entre 3 e 5 massas jupterianas. Com esse tamanho, Nêmesis também não seria observável no espectro visível, mas brilharia intensamente no comprimento de onda do infravermelho e seria possivelmente detectável pelo telescópio espacial Wise.

Lançado em dezembro de 2009 com o objetivo de mapear 99% do céu no espectro infravermelho, o telescópio já fez inúmeras descobertas de objetos celestes, entre eles 20 novos cometas.

Durante a missão, o telescópio produziu nada menos que 1.5 milhões de imagens que agora serão estudadas minuciosamente. Se a hipótese de Matese e Whitmire estiver correta, Júpiter perderá seu posto de maior planeta do Sistema Solar e o Sol poderá não será mais uma estrela solitária.

Fonte: Apolo11



Durante a pesquisa sobre Tyche, encontrei um texto também interessante no site da própria NASA sobre a questão de Tyche. Cemo sei que muitos não entendem a "Nobre Língua" (brincadeira, o Inglês) - e nem têm essa obrigação -  farei aqui a tradução desse texto. Afinal, o objetivo do Árabe Doido é informar o público e divulgar a ciência. No final, colocarei i link para o site original.

Pode WISE encontrar o hipotético "Tyche"?

Introdução:

Em novembro de 2010, o jornal científico Icarus publicou um paper dos astrofísicos John Matese e Daniel Whitmire, que propõem a existência de um companheiro para o nosso Sol, maior que Júpiter, localizado na "Nuvem de Oort", esta também teórica - um distante repositório de objetos gelados nas fronteiras de nosso sistema solar. Os pesquisadores usaram o nome "Tyche" para o hipotético planeta. O paper alega que as evidências a favor do planeta podem ter sido gravadas pelo Wide-field Infrared Survey Explorer (WISE).

WISE é uma missão da NASA, lançada em dezembro de 2009,  que escaneou todo o espaço celeste em quatro bandas de frequência infravermelha cerca de 1,5 vezes. Capturou mais de 2,7 milhões de imagens de objetos no espaço, indo desde galáxias distantes até asteroides e cometas relativamente próximos à Terra. Recentemente, WISE completou sua missão que havia sido extendida, permitindo que fosse feita uma completa varredura do cinturão de asteroides e duas varreduras completas do universo mais distante, em duas bandas de infravermelho. Dessa forma, a foram descobertos objetos até então desconhecidos, incluindo uma estrela ultra fria, ou anâ marrom, 20 cometas 134 objetos próximos à Terra (near-Earth objects, ou NEOs) e mais de 33.000 asteroides no cinturão principal entre Marte e Júpiter.

Em seguida a sua análise bem sucedida, WISE foi posto em hibernação em fevereiro de 2011. A análise dos dados coletados continua. Está planejada a publicação preliminar dos dados coletados nas primeiras 14 semanas para abril de 2011 e a publicação final de todos os resultados está prevista para acontecer em março de 2012.

Perguntas mais comuns (FAQ):

P: Quando os dados coletados pelo WISE poderão confirmar ou negar a existência do hipotético planeta Tyche?
R: AInda é cedo para sabermos se os dados do WISE confirmarão ou não a existência de um grande objeto na Nuvem de Oort. As análises a serem feitas nos próximos anos serão necessárias para que possamos determinar se o WISE detectou tal planeta ou não. As primeiras 14 semanas de dados, a serem divulgadas em abril de 2011, ainda não parecem ser suficientes. A varredura completa, marcada para ser lançada em março de 2012, deve prover maiores esclarecimentos. Assim que os dados do WISE forem totalmente processados, publicados e analisados, a hipótese de Tyche que Maltese e Whitmire propõem será testada.

P: Existe a certeza de que o WISE tenha observado esse planeta, caso ele exista?
R: É provável, mas não é totalmente certo que o WISE possa confirmar de Tyche existe ou não. Uma vez que ele tenha feito a varredura de todo o céu uma vez e depois coberto todo o céu novamente em duas de suas bandas de infravermelho seis meses depois, o WISE poderia ver uma mudança na posição aparente de um grande corpo planetário na nuvem de Oort após esse período de seis meses. As duas bandas utilizadas na segunda cobertura do céu foram projetadas para identificar estrelas frias bem pequenas (ou anãs marrons) -- que são muito parecidas com planetas como Júpiter, a forma como é teorizado que seja Tyche.

P: Se Tyche não existir, por que leva tanto tempo para se encontrar outro planeta em nosso sistema solar?
R: Tyche pode ser frio e escuro demais para ser identificado por um telescópio que opere com a luz visível. Telescópios mais sensíveis de infravermelho podem detectar o brilho de tal objeto, se olharem na direção certa. O WISE é um telescópio sensível de infravermelho que pode olhar para todas as direções.

P: Por que o hipotético objeto foi chamado de "Tyche" e por que não usar um nome grego, uma vez que os nomes dos outros planetas derivam da mitologia romana?
R: Nos anos 80, uma companheira diferente para o Sol foi hipotetizada. Esse objeto, nomeado em homenagem à deusa grega "Nemsis",  foi proposto para explicar as extinções em massa periódicas que ocorreram na Terra. Nemesis poderia ter uma órbita altamente elíptica, perturbando as órbitas de cometas na nuvem de Oort a cada 26 milhões de anos e mandando uma chuva de cometas na direção do sistema solar interior. Alguns desses cometas poderiam ter se chocado com a Terra, causando resultados catastróficos para a vida. Análises científicas recentes não dão mais suporte a ideia de que extinções na Terra ocorram em intervalos regulares e repetitivos. Assim, não é mais necessária a hipótese de Nemesis. No entanto, ainda é possível que o Sol possa ter uma companheira distante e ainda não vista em uma órbita mais circular e com um período de alguns milhões de anos - uma que não seja a causadora de efeitos devastadores para a vida na Terra. Para distinguir esse objeto da malévola "Nemesis", os astrônomos escolheram o nome da irmã bondosa de Nemesis na mitologia Grega, "Tyche".

Fonte do texto original:

http://www.nasa.gov/mission_pages/WISE/news/wise20110218.html

Espero com esta postagem ter dodo as informações sobre Tyche e ajudado a esclarecer a diferença entre Tyche, Nemesis e Nibiru para todos que ainda viessem a ter alguma dúvida. No mais, pretendo continuar a copiar os artigos do antigo site para cá e continuar com os artigos sobre ciência, ceticismo, religião e temas relacionados.

2 comentários:

  1. Mto bom... ajudou bastante.. infelizmente ainda vai ter gente dizendo que Tyche é nibiru...

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  2. Infelizmente, muitos ainda sofrem sérios problemas de uma alfabetização deficiente. Ler as palavras é fácil. O difícil é interpretar o texto e se expressar de forma coerente e lógica.

    Lamentavelmente, a julgar pela qualidade de muitos e-mails que tenho recebido, isso só tende a piorar.

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